Thursday, November 27, 2008


Saúde feminina: um direito nem sempre garantido

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Um avanço significativo ao que se refere à saúde feminina está acontecendo no país e no mundo. Ao final de mais de quinze anos de testes, foram aprovados e distribuídos os primeiros lotes da vacina contra o HPV. O vírus é sexualmente transmissível e responsável por 70% dos casos de câncer de colo de útero no Brasil. O HPV atinge 20 mil mulheres por ano, em nosso país, enquanto o diagnóstico de câncer no colo do útero é positivo em 19 mil brasileiras, anualmente.

Como a vacina ainda não faz parte do conjunto de medicamentos assegurados pelo SUS, essa prevenção custa caro. Disponível apenas no sistema privado de saúde, a vacina tem preço médio de R$ 477,80, mas são necessárias três doses para que seu efeito seja pleno. Existem projetos para que ela chegue aos postos de saúde gratuitamente, mas antes que isso aconteça, há ainda o que se debater.

A idade inicial para imunização contra HPV tem sido um dos principais motivos de discussão. Especialistas recomendam que meninas a partir dos nove anos recebam as doses, pois é essencial que não se tenha nenhum contato anterior com vírus no momento da vacina. Vale ressaltar que o tratamento tem eficácia de 100% nas inoculadas. No entanto, instituições religiosas e frentes conservadoras acreditam que a vacinação é, na realidade, um estímulo ao início prematuro de vida sexual.

Existem várias razões que nos fazem crer que a luta pela popularização da vacina contra HPV deve existir, ainda que para tanto seja necessário quebrar paradigmas e costumes tradicionalistas. As mulheres já são habituadas a lutar por liberdade e igualdade desde a década de 70, mas agora são convidas a lutar por sua saúde, embora esse seja um direito garantido pela nossa constituição. 

Publicado em Tribuna de Contagem em Ago/2008.

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