Wednesday, December 17, 2008


Interpessoalidade

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Relações inter-pessoais é uma coisa danada. Desde o princípio ela já é baseada num monte de variáveis injustas. Eu, por exemplo, nunca fiz muitas amizades no colégio. Isso porque eu não sou uma pessoa matutina. Odeio acordar cedo, odeio ter que falar antes das 10h e tenho muita impaciência em relação a qualquer coisa que exija minha participação efetiva.

Na faculdade já conseguia ser mais simpática, foi quando descobri que durante a noite me torno um pouco menos intratável. Agora, um dia que me lembro bem foi a primeira vez que saí com meu namorado. Estava nos meus dias e isso me deixava muito insegura e desconfortável, mas, tirando o cuidado com a maneira que me sentava ou me levantava, o resto transcorreu bem. Mas, tenho certeza, se o tivesse encontrado uma semaninha antes, no período da TPM, nós teríamos sido um caso perdido de antipatia a primeira saída.

Daí, a gente já começa a perceber como essa questão de amizade é complexa. Sei disso porque sempre fui muito tímida. Quando tinha uns 15 anos, sonhava com o dia que eu poderia simplesmente entrar e sair sem nenhuma pessoa olhar para mim. Mas como adolescente nunca sabe o que quer direito, nessa fase eu era meio esquisita, daí não tinha jeito de ser invisível. Eu era morbidamente colorida, feia de um jeito engraçadinho... Uma combinação, no mínimo, intrigante. Acho que eu era aquele tipo de menina miudinha que todo mundo queria dar um banho e botar uma roupa bacana.
Anos depois, descobri a carência. Deve ter sido na mesma época em que descobri os filmes americanos “happy end”. Me deu uma vontade avassaladora de arrumar uma daquelas melhores amigas que fazem tudo com a gente. Então acabei amadrinhando uma menina que trabalhava comigo na época. Me pareceu bem cômodo porque nós já passávamos o dia todo na mesma sala, conversávamos muito sobre trabalho e sobre a vida. Normalmente, o assunto era qualquer problema que surgisse. O mais interessante é que tínhamos o mesmo cargo, salário e quase a mesma idade, ou seja, todos os sinais de compatibilidade. O que deu errado?! Tudo. Então, criei a máxima “amigos não, colegas de trabalho”.

O mundo anda muito tecnológico. Muito afobado também. A gente enche o messenger de contatos, com quem falamos em momentos de tédio ou de desocupação. Dá para contar uns três que são aqueles que a gente curte falar, ver, ligar. Além de tudo, para conseguir encontrar são umas quatro tentativas frustradas, até colar. Não me isento, claro que não. Mãe de criança pequena sai o dia que o bebê está bonzinho. Mas, sei lá... Amigo que é amigo não pode dar uma força? Só segurar o filhote um pouquinho enquanto esquento o chá... Ele não pesa nem cinco quilos direito, tadinho!

O mundo vai estranho. A gente pensa, pensa e não entende. De repente, estamos sentados dentro de uma caixa de concreto, olhando para uma caixinha projetora de imagens móveis e achando o supra-sumo da civilização. Se for TV a cabo, então! O ápice da realização socioeconômica. Nem cachorro a gente tem mais, porque nesse prédio não se pode ter. As vezes é até melhor... Que daí a gente evita a profecia de Bridget Jones: ser encontrados mortos, vários dias depois, devorados por cães selvagens. Porque se você é sozinho, vai levar um bom tempo para alguém dar falta de você!

Wednesday, December 10, 2008


DOZE CONSELHOS PARA TER UM INFARTO FELIZ !!!

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 1.Cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são secundárias.


2.Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder também aos domingos.

3.Se não puder permanecer no escritório à noite, leve trabalho para casa e trabalhe até tarde.

4.Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que lhe solicitarem.

5.Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.

6.Não se dê ao luxo de um café da manhã  ou uma refeição tranqüila. Pelo contrário, não perca tempo e aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes.

7.Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro.

8.Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que você é de ferro.

9.Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para ver se nada está errado. Delegar é pura bobagem; é tudo com você mesmo.

10.Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, tome logo estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Eles vão te deixar tinindo.

11.Se tiver dificuldades em dormir não perca tempo: tome calmantes e sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.

12.E por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis.
Repita para si: Eu não perco tempo com bobagens.
  
OS ATAQUES DE CORAÇÃO

Uma nota importante sobre os ataques cardíacos. Há outros sintomas de ataques cardíacos, além da dor no braço esquerdo(direito). Há também, como sintomas vulgares, uma dor intensa no queixo, assim como náuseas e suores abundantes.

Pode-se não sentir nunca uma primeira dor no peito, durante um ataque cardíaco. 60% das pessoas que tiveram um ataque cardíaco enquanto dormiam, não se levantaram. Mas a dor no peito, pode acordá-lo dum sono profundo.

Se assim for, dissolva imediatamente duas Aspirinas na boca e engula-as com um bocadinho de água. Ligue para Emergência (193 ou 190) e diga  ''ataque cardíaco''  e que tomou 2 Aspirinas. Sente-se numa cadeira ou sofá e force uma tosse, sim forçar a tosse pois ela fará o coração pegar no tranco;  tussa de dois em dois segundos, até chegar o socorro.. NÃO SE DEITE !!!!

Um cardiologista disse que, se cada pessoa que receber este e-mail, o enviar a 10 pessoas, pode ter a certeza de que se salvará pelo menos uma vida!

Dr. Ernesto Artur - Cardiologista 


Friday, December 05, 2008


Vai entender

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Pode parecer estranho, como tantas coisas nessa vida que não tem explicação, mas assim, de repente, ela acordou com vontade de subverter. Podiam ser várias as razões. Saudade da década de 70 (que ela nem ao menos viveu, mas achava chic!), saco cheio da hierarquia que a rodeava ou poderia mesmo ser influência de “House”, vai saber...

A verdade é que ela levantou com a língua afiada, vestiu um tubinho discreto, mas fatal. Botou meias longas de seda pretas, provocantes e que a fazia se sentir sexy. Uma maquiagem muito séria e misteriosa, um toque de perfume amadeirado e pronto! Olhou-se no espelho e achou o máximo o que viu. Belo figurino para sua desforra.

 No carro, olhou em volta, tudo estava como sempre. O mesmo cd é-hora-de-acordar de todos os dias, os mesmos óculos escuros e a eterna valise vermelha que lhe parecia tão feminina. Não era para parecer igual... Ela pegou o porta cd se questionando quem ainda ouve cd dentro do carro depois que inventaram mp3 e porta USB, mesmo assim, encontrou um cd de música clássica com mesclas de guitarras, baixo e bateria, um tipo de versão que fazia a música clássica parecer realmente pesada e contemporânea. Esse disco estava escondido porque ela tinha vergonha que as pessoas soubessem que ela gostava, mas hoje ela chegaria lá ouvindo Carmina Burana, versão heavy metal.

 Chegou. Deu os cordiais “bom-dia” de sempre. Foi para sua sala compartilhada com a mocinha sorridente. Sentou e começou a fazer as tarefas da rotina já esperando sua chefe chegar. Na sua cabeça fantasiava a hora que ela subiria as escadas berrando. Sua reação seria ótima, prometia-se, enquanto respirava muito rápido! O olho no relógio, outro na porta. A chefe está atrasada. Estranho! Isso nunca acontece. Quando a frustração começou a enchê-la, ela já não sabia se era melhor continuar embromando o trabalho ou se era mais bacana procurar um joguinho na Internet para matar o tempo.

 Quando já pensava em roer as unhas ou desistir de brigar com a chefe e voltar para a vida de submissão e cabeça baixa, bem nessa hora a porta se abriu. Entrou ela, a bem-sucedida, vigorosa em seu conjunto de tallier, coisa mais prega para um dia de sol! Exibindo a face colorida de maquiagem Dior que fora comprada em NY. A garrafinha de água mineral na mão não tinha nada a ver com o estilo “Poderosa Chefona”, mas mostrava que, além de tudo, ela era consciente e evitava o envelhecimento precoce.

 A chefe lhe lançou um olhar que ela não conseguiu reconhecer. Tremia por dentro. O que era aquilo? Medo? O que significava aquela mulher? A dona do seu emprego, a opressora que lhe dava enjôos e pesadelos, que nunca lhe deu chance de crescer, mas que, no lugar disso, mandava, desmandava e desmanchava toda boa expectativa que podia pintar no trabalho.